sexta-feira, 31 de maio de 2013

A criança de 5 e 6 anos

Aos 5 anos

Esta idade marca o fim e o começo duma etapa de crescimento. A própria criança parece ter consciência de ter atingido um cume ao dizer: “Tenho 5 anos!”.

Torna-se mais dona de si mesma, mais reservada. A sua relação com o ambiente manifesta-se em termos mais amistosos.

O seu mundo é de aqui e de agora. O centro deste mundo continua a ser ocupado pela mãe. Não tem ainda maturidade para formar conceitos e sentir emoções abstractas.

Possui um forte sentido de posse, sobretudo com as coisas de que gosta.
Dentro do âmbito familiar fará perguntas próprias: Para que serve? De que é feito? Pensa antes de falar. Querem saber para sentir a satisfação do êxito pessoa] e de aceitação social.

Aos 6 Anos

Aos 6 anos, a criança deseja a companhia de outras crianças. No jogo e nos seus companheiros encontra as suas próprias experiências que, unidas ao ensino e exemplo dos mais velhos, a ajudarão a alcançar um maior equilíbrio e maturidade psicológica.

Uma mudança psicológica na sua personalidade

Adquiriu já um número considerável de conhecimentos que vão aumentando e variando constantemente as noções que tem do mundo. Quanto mais rico se torna em noções, menos rico é em intuições. Compreende mais coisas, mas adivinha menos. É mais inteligente e menos intuitivo (embora o seja e muito).

A mudança que se manifesta nesta etapa é devida também à educação. Se dia após dia, os excessos dos impulsos são travados, e os desvios orientados, algo se terá de reflectir na personalidade da criança.




quinta-feira, 30 de maio de 2013

Há cada vez mais «analfabetos motores» de palmo e meio

Crianças estão a perder destreza física e a culpa é do sedentarismo, transformado em epidemia.

Sabem andar, correr ou saltar, mas fazem-no cada vez menos. E com cada vez maior dificuldade. Isto porque as crianças portuguesas estão a tornar-se «analfabetos motores», situação que os especialistas classificam já como preocupante. Um alerta que chega no Dia Internacional do Brincar, assinalado esta quarta-feira (28) em todo o mundo.

 «Grande parte dos jovens não gosta de se ‘mexer’, preferindo jogar nos computadores ou telemóveis», confirma ao Destak Artur Correia da Silva, técnico de reabilitação motora na Clínica da Mãe e da Criança. Atividades que contribuem para a crescente epidemia de obesidade infantil. Mas apesar de conscientes que a prática regular e contínua do exercício físico contribui para uma vida mais saudável, «pouco fazemos para corrigir e inverter a atual situação», acrescenta.

No dia dedicado às brincadeiras, é isso mesmo que o especialista aconselha. «Brincar é, a meu ver, um meio privilegiado de promoção do desenvolvimento pessoal, interpessoal e comunitário das crianças e jovens. E é muito mais importante, agradável e acessível levarmos as crianças ao parque, do que lhes comprar um número infindável de jogos.»


O especialista alerta ainda para o facto de ser apenas na escola que muitas crianças e jovens praticam atividade física e desportiva. «É, de facto, o único momento que esses jovens têm, nos dias de hoje, para se poderem expressar e evoluir em termos motores, condição importantíssima para o desenvolvimento. Mas, paradoxalmente, temos vindo a assistir a uma progressiva desvalorização desta área pedagógica. O que me parece ser muito preocupante.»

O papel dos pais

Como «um dos vértices do triângulo educativo», cabe aos pais um papel importante, quanto mais não seja o do exemplo. «Brinquem mais com os filhos. É que não estão a perder tempo... Brincar é gerador de melhores relações, mais saudáveis e abertas.»


Noticia publicada em www.destak.pt.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A tomada de decisão

 Segundo Erickson a criança entre os 3 e os 6 anos já deve ter capacidade de distinguir entre o que pode fazer e o que não pode fazer.

Torna-se importante para a criança tomar iniciativa em exercícios de grupo sem que tenha medo de errar. Assim até o próprio professor/treinador deve deixar a criança tomar a iniciativa sem que este lhe peça para que este tenha a noção de individualidade e que é diferente dos outros. É importante não reprimir a criança por tentar ser diferente e por tomar liberdade de fazer as actividades de forma autónoma pois poderá ter consequências no futuro tal como o desenvolvimento de culpa e até mesmo a diminuição da iniciativa para explorar novas situações.




quinta-feira, 23 de maio de 2013

A formação desportiva para crianças


A necessidade de participação em atividades desportivas tem vindo a ser cada vez mais incentivada junto da população em geral, existindo diversas oportunidades de envolvimento ao longo das várias etapas do desenvolvimento humano, variando obviamente o tipo de objetivos e “exigências” que são propostas aos participantes.




Uma dessas etapas remete para a inserção de crianças e jovens em atividades de iniciação e formação desportiva. Neste caso, interessa analisar o modo como os mais novos respondem às experiências desportivas que lhes são oferecidas, observando-se não só a forma como está organizada a competição e os próprios clubes, mas também o tipo de reações e comportamentos que os atletas apresentam nessas situações. De um modo geral, defende-se que esta integração deve permitir aos jovens o seu desenvolvimento pessoal e desportivo, representando sinais deste crescimento a possibilidade de poderem competir e jogar como os outros colegas de equipa, o envolvimento no estabelecimento dos seus objetivos e, principalmente, os sentimentos positivos experienciados na atividade desportiva.


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CIPDE’07
Conferência Internacional de Psicologia do Desporto & Exercício. Braga 2007
(Gomes, 1997; Martens, 1996; Martens, Christina, Harvey, & Sharkey, 1981; Orlick &
Zitzelsberger, 1996).

terça-feira, 14 de maio de 2013



“ Em determinada população podemos caracterizar os estádios por uma cronologia mas esta é extremamente variável; depende da experiência anterior dos indivíduos e não apenas da sua maturação; depende, principalmente, do meio social, que pode acelerar ou retardar o aparecimento de um estádio, ou mesmo impedir”

Piaget (1972, p.200)




Um olhar mais específico: Estádio Operatório Concreto


A partir dos 8 anos a criança tem uma melhor percepção da distância e da localização dos objectos (pensamento espacial). É capaz de memorizar caminhos e de ter noção do tempo que demora.

Com 10 anos desenvolve competências para arranjar estratégias para a memorização. Por exemplo para estudar é capaz de organizar a matéria por temas e ler varias vezes para assimilar.

Piaget desenvolveu uma experiência que permitiu exemplificar a diferença da percepção das crianças relativamente à noção de conservação e reversibilidade no estágio pré-operatório (2/3-6 anos) e do estágio operatório concreto (7-10/11anos).

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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Alterações no estádio operatório-concreto

É o período em que o indivíduo consolida as noções de número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que no entanto possam discutir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.
  
Em suma as crianças sofrem as seguintes alterações nestas seguintes componentes:


Espaço - organiza-se pela organização diferenciada dos vários espaços. A criança vai conhecendo os vários espaços nos quais interage, organizando-os. Também aqui está presente a reversibilidade do real, onde o conceito de espaço está relacionado com o conceito de operação. O espaço isolado por si só não existe.


Tempo -  não há reversibilidade do real, o tempo existe apenas no nosso pensamento, os acontecimentos sucedem-se num determinado espaço, e o tempo vai  agrupando-os.


Peso - para que a criança domine este conceito é fundamental que compare diversos objectivos para os poder diferenciar.


Classificação - primeiro a criança tem que agrupar os objectos pela sua classe e tamanho, depois os classificar e consequentemente adquirir conceitos.


Operações numéricas - primeiro a criança aprende o conceito de número e seriação, por volta dos sete anos, depois a classificação da realidade, mas essa classificação vai variando conforme a aprendizagem que ela vai fazendo ao longo do tempo.



sábado, 11 de maio de 2013

Experiências de Conservação de Piaget

                             


Neste video observamos uma criança de 4 ou 5 anos a realizar algumas das experiências mais conhecidas de Piaget. São avaliadas as experiências com números, profundidade, líquidos, massa e área.
Ao observarmos este vídeo podemos pensar que esta criança não é suficientemente inteligente mas, na verdade, esta criança ainda não adquiriu a experiência necessária para resolver estes problemas a nível cognitivo. Esta criança está no estádio pré-operatório sendo assim notável a falta de consideração em questões de lógica. Esta teoria tem assim como fundamento principal a importância de entendermos o pensamento e argumentos de um sujeito perante uma nova situação.


O Desenvolvimento Cognitivo, segundo Piaget

Piaget divide o desenvolvimento cognitivo a partir de quatro estádios, sendo eles:

Estádio sensório-motor (0-2 anos): 

- inteligência prática, baseada em sensações, emoções e movimento. O mundo do bebé é apenas o que ele vê e sente, segundo a sua perspectiva.

- antes dos 8 meses: é como se o mundo não fosse constituído por objectos, mas sim por uma sucessão de 
imagens, sem ligação entre si, em que as coisas deixam de existir quando deixam de ser percepcionadas;

- progressivamente, vai sendo capaz de agir intencionalmente, de modo cada vez mais coordenado, para 
obter o fim pretendido (ex.: obter um objecto), utilizando, para tal, não só a acção do próprio corpo, como fazia anteriormente, mas também outros objectos; 


Estádio pré-operatório (2-7 anos):


- função simbólica: capacidade de representação mental e simbolização; 

- egocentrismo intelectual: a criança acha que o mundo foi criado para si e não é capaz de perceber o ponto 
de vista do outro (acha que os outros pensam e sentem da mesma forma que ela); 

- animismo: o egocentrismo estende-se aos objectos e outros seres vivos, aos quais a criança atribui 

intenções, pensamentos, emoções e comportamentos próprios do ser humano; 

- pensamento mágico: a realidade é aquilo que a criança sonha e deseja, e dá explicações com base na sua 
imaginação, sem ter em consideração questões de lógica;

- interessa-se essencialmente por resultados práticos; 


Estádio das operações concretas (7-11/12 anos)


- pensamento lógico: tem capacidades para realizar operações mentais, pois compreende que existem 
acções reversíveis (percebe que é possível transformar o estado de um objecto, sem que todo o objecto mude, e depois reverter esta transformação, voltando ao estado inicial);


-  já não se baseia na percepção imediata e começa a compreender a existência de características que se  conservam, independentemente da sua aparência: adquire assim a noção de conservação da matéria sólida (ou substância), mais tarde da líquida (exemplo acima referido da conservação da qualidade de água), depois do peso e, por fim, do volume;

Estádio das operações formais (12-16 anos)

- consegue realizar não só operações concretas mas também operações formais. Ex.: Problema. três 
pessoas A, B e C estão sentadas num banco de jardim. Quantas hipóteses existem relativamente à ordem em que estão sentadas? 

Neste estádio, já é possível resolver este problema usando o pensamento abstracto (operação formal): consegue-se colocar mentalmente todas as hipóteses. 

- pensamento abstracto: é capaz de se desprender do real e raciocinar sem se apoiar em factos, ou seja, não precisa de operacionalizar e movimentar toda a realidade para chegar a conclusões; 

- raciocínio hipotético-dedutivo: coloca hipóteses, formulando mentalmente todo o conjunto de explicações 
possíveis; 

- percebe que existem múltiplas formas de perspectivar a realidade e que a sua percepção é apenas uma 
dentro de um conjunto de possibilidades;