segunda-feira, 8 de abril de 2013

Piaget e as crianças




Para Piaget, o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional" (Coll e Gillièron, op.cit.). 

Todavia, conforme demonstram as pesquisas psicogenéticas (La Taille, op.cit.; Furtado, op.cit., etc.), a emergência da linguagem acarreta modificações importantes em aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela possibilita as interações  interindividuais e  fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir significados à realidade. Tanto é assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.

Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele  caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. 

Fonte: unicamp.br

"A primeiro meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, homens que sejam criadores, inventores, descobridores" - Piaget


Freud - Fases de desenvolvimento

Freud distinguiu três principais fases de desenvolvimento sexual nas crianças, sendo elas a fase oral, anal e genital.




Fase oral (0 aos 2 anos): Nesta fase a zona erógena é a boca. O prazer sexual, predominante na boca e nos lábios está associado à alimentação, sendo visível na sucção. O bebé leva ainda os objectos à boca como meio para explorar o ambiente.









Fase anal (18 meses aos 4 anos): Esta fase consiste na aquisição do controlo dos músculos relacionados com a evacuação. A criança vai aprender que existem locais determinados a esse efeito. É preciso ter cuidado pois a criança pode reagir de diversas formas a estas exigências de higiene. Pode reter as fezes e causar dor, ou por contrário expeli-las nos momentos menos adequados.






Fase genital (11 aos 18 anos): Na adolescência e em virtude da maturação do aparelho genital e da produção de hormonas sexuais, activa-se o desejo do prazer. A transição da sexualidade infantil para a sexualidade madura exige escolhas e decisões de forma realista e incorporadas na sociedade, fora do universo familiar. Se os conflitos característicos de fases anteriores forem resolvidos de forma satisfatória, a criança/jovem entra na última fase com a libido em torno dos órgãos genitais e permanece assim durante toda a vida. Nasce a capacidade de amar e partilhar o prazer. Freud concluí que a fase genital é a recta final de um percurso iniciado na sexualidade auto-erótica (bebé/criança satisfaz-se a si próprio) até à sexualidade orientada (indivíduo integrado na sociedade).




Freud e as crianças



Freud adoptou uma forte e extremista posição no que às crianças diz respeito, sendo assim fortemente criticado e tendo tido ainda repercussões na sua Associação Internacional de Psicanálise, a qual muitos dos seus colegas abandonaram. O principal motivo era a forma como Freud exprimia os seus pensamentos inacabados sobre a sexualidade nas crianças, afirmando seguramente que estas estavam sujeitas a desejo sexual e que muitas das vezes o objecto desse desejo eram os próprios pais.

Freud mostrou o complexo de Édipo, em que o filho deseja sexualmente a mãe e admitiu ainda o complexo de Eletra como sendo a inveja que a menina tem do órgão sexual masculino, chamando assim a criança de um “perverso polimorfo”.

Distinguiu a sexualidade em três fases pelas quais passa o desenvolvimento da criança, sendo elas a fase oral, anal e genital, normalmente surgindo por esta ordem mas com casos de regressão e fixação.

"A sede de conhecimento parece ser inseparável da curiosidade sexual." - Sigmund Freud

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Factores fundamentais no processo de tornar-se humano



A construção do ser humano pressupõe uma base biológica hereditária que nos irmana enquanto membros da mesma espécie. A este respeito, de imediato nos vem à lembrança um certo número de competências existentes em todos os homens, como, por exemplo, a aptidão para o bipedismo, a destreza manual, a utilização da linguagem e o exercício de uma inteligência qualitativamente diferente da dos outros animais.

Dito de outro modo, as características essenciais dos seres humanos são as capacidades para produzir e lidar com símbolos e para criar e servir-se de instrumentos.

Estas competências específicas, possibilitadas pela rede neuronal complexa de que o cérebro humano é dotado, desenvolvem-se no convívio com as outras pessoas, sem as quais seríamos incapazes de conquistar o estatuto de seres a incluir no género humano. O jeito como caminhamos e como lidamos com as mãos, as palavras que dizemos, o modo como nos dirigimos aos outros e nos saímos das situações mais difíceis têm por trás um complexo inigualável de aprendizagens que foram feitas com os outros.

Deste modo, a sociabilidade torna-se uma necessidade radical, pois só na interacção com os outros é que adquirimos condutas capazes de compensar a indigência biológica da espécie, completamente desprovida de condutas instintivas. O ser humano é portanto, um animal gregário.

Retirado: 12 Psicologia de Maria Antónia Abrunhosa e Miguel Leitão (Editora ASA)